domingo, 14 de julho de 2019

Dark é uma grata surpresa fora da bolha hollywoodiana


Quem me conhece, sabe da minha paixão por Stranger Things e de como a série é uma declaração de amor a uma década cujo o cinema foi bem importante para minha geração. Pois bem, mantenho o que eu disse, mas Stranger Things agora divide o lugar em meu coração com outra série da Netflix, Dark.




Dark é o tipo de obra que é, por si só, um murro no estômago nas séries ficção científica . E mais interessante, não é uma produção americana, é alemã. Além do roteiro ser espetacular , o elenco é surreal ( sem trocadilhos) de tão bom, os atores e atrizes, mesmo os mais jovens, são muito bons mesmo. A direção de arte, os figurinos e a recriação de época é incrível, percebam como o figurino de Jonas lembra o uniforme de uma instalação que será muito importante para a trama.


"Não é estranho que nós sentimos a maior aversão justamente às pessoas que são mais parecidas com nós mesmos?" essa frase é dita em certo momento por um certo personagem.

A série mexe em vespeiro principalmente ao utilizar conceitos teóricos da Física, Física Quântica , teoria das cordas ( teoria- M) baseado nos trabalhos de Hawking ( conjectura de proteção cronológica ), Einstein e Rosen , a lei da causalidade, a filosofia de Friedrich Nietzsche e outros elementos que se misturam aos dilemas éticos que, antes de percebermos se à trama é verossímil ela problematiza nossas opções de soluções nos fazendo pensar até o último segundo de projeção. Abrindo espaço para o espectador criar várias teorias baseado nos acontecimentos que a série nos apresenta, e são muitos.


E eu entendo parte do estranhamento gerado pela série, ela é fruto de uma linguagem e estética completamente diferente das produções americanas que estamos acostumados, mesmo aquelas com o padrão Netflix. Sua atmosfera é muito densa, a edição arrastada e uma trilha sonora muito profunda e pesada , a decisão da direção é muito acertada, em certo momento podemos ouvir uma variação do som de "tique-taque" que fará sentido nos episódios finais das duas primeiras temporadas. As referências a década de oitenta e a um filme de aventura protagonizado por um jovem e um cientista também estão presentes na série. Talvez essa seja a comparação com o universo da jovem Onze.




Se Stranger Things tem as cores e o espírito juvenil pulsando na tela , Dark tem a maturidade. Por isso, pra mim, as duas séries se completam de uma maneira incrível . E tenho que agradecer a Netflix, eu jamais conheceria um material alemão tão bom quanto esse. E digo mais, se tivesse o mesmo destaque que Game of Thrones , Westworld ou mesmo Stranger Things cujos os produtos são americanos, essa série já teria a mesma base de fãs do que essas que citei acima. É o tipo de produto que se você piscar, perde informações muito importantes. E só isso, já me ganhou de cara...


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Sobre o Autor

O 1º TAKE é um espaço criado para dividir com os leitores assuntos interessantes sobre música,séries, cinema, teatro e arte em geral. Blog editado pelo louco Walther Jr. ,um espectador apaixonado por cinema,teatro,música,cerveja, vinho,pizza,pão na chapa,churrasco,lasanha,empada,pão de queijo... Ou seja,sou normal como todo mundo, não esperem nada profissional por aqui. Forte abraço e um viva a sétima arte.

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